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terça-feira, 3 de abril de 2007

A queda de Capiberibe


Na operação para silenciar o ex-governador João Capiberibe entra em cena o ex-senador Gilvan Borges (PMDB AP) derrotado por Capiberibe, na mesma disputa que elegeu Waldez Góes.
Meticuloso, escritor de novelas, Gilvan costura um plano detalhado para livrar-se de vez do incômodo adversário. Entra com um processo na Justiça Eleitoral do Amapá pedindo a cassação de Capiberibe, sob a acusação de compra de votos. Apresenta duas testemunhas, que afirmam em juízo ter vendido seus votos a Capiberibe por 26 reais cada um, pagos em duas parcelas de 13 reais.
O TRE do Amapá absolve Capiberibe por 4 x 3.
Gilvan comemora a derrota. E como o roteiro previa, o senador derrotado nas urnas recorre à Brasília.



Sarney em ação
Na capital Federal, Gilvan Borges passa o bastão da operação Cassa-Capi para o senador José Sarney (PMDB AP), inimigo declarado de Capiberibe e correligionário de Gilvan.
A partir daí, Capiberibe passa a colecionar uma série de derrotas jurídicas. No Supremo Tribunal Federal a votação termina empatada. O voto de Minerva é do ministro Nelson Jobim, presidente do STF. O amigo de Sarney vota pela cassação de Capiberibe.
Com o resultado, Gilvan Borges assume o mandato de senador. As duas testemunhas que revelaram ter vendido seus votos a Capiberibe por R$ 26,00 cada, pagos em duas parcelas, confessaram mais tarde ter recebido dinheiro de Borges para dizer o que disseram. E até hoje são custeadas pelo senador beneficiado.
Dois anos depois, o ex-ministro do STF, Nelson Jobim, mesmo contando com o apoio de José Sarney foi derrotado na disputa pela presidência do PMDB nacional.
Livre de Capiberibe e com a certeza da impunidade, a quadrilha deita e rola nos cofres públicos do Amapá.




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