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domingo, 9 de maio de 2010

Beatles: 40 anos deixando estar

Let it be, o último álbum dos Beatles ou um monte de bosta com uma gravação de merda e de pouco valor, segundo John Lennon, completa 40 anos.


O álbum Let It Be foi lançado em 8 de maio de 1970, encerrando a brilhante carreira dos Beatles. O projeto Get Back, o nome original de Let It Be, nasceu de uma concepção de Paul McCartney para tentar remendar as fissuras sofridas na produção do álbum branco. Naquele disco, os quatro gravaram muitas de suas partes individualmente, sem a presença dos demais.



John era o mais inquieto, estava cheio de planos para uma carreira solo com seu novo amor, Yoko Ono, com quem faria três álbuns experimentais, além de singles Give Peace A Chance, refletindo um engajamento político que duraria anos, e Cold Turkey, sobre o uso de heroína, drogas que consumia na época. Desinteressado dos Beatles, declarou depois em entrevistas que encarou aqueles últimos dois anos como se fosse apenas um trabalho. Disse que não estava mais a fim de fazer a mesma porcaria de sempre.





George Harrison estava em alfa. Ele mergulhara fundo nos estudos de filosofia oriental do Maharishi Mahesh Yogi e da cítara, em aulas com o mestre Ravi Shankar. Estava mais interessado em meditação e destruição do ego do que nos Beatles.




Ringo Starr foi flertar com o cinema, participando dos filmes “Candy” e “The Magic Christian,” mas continuava interessado em manter a banda.


Paul McCartney era o único empenhado nos Beatles e queria levá-los de volta aos palcos, mas esbarrou na intransigência de John e, principalmente de George, que lembrava com horror os anos em que eram jogados de um lugar para outro, confinados em hotéis e tocando para garotas histéricas indiferentes às músicas apresentadas




Paul então concebeu o projeto Get Back, uma volta da banda aos princípios básicos dos primeiros anos.

Gravariam ao vivo em estúdio com câmeras que documentariam tudo para um especial de TV. Depois de álbuns de produção complexa de 1966 a 1968 estava na hora de ser simples, na esperança de renascer o espírito original.




Os outros toparam e, no dia 2 de janeiro de 1969, começaram a ensaiar nos estúdios cinematográficos de Twickenham para as câmeras do diretor Michael Lindsay Hogg, que acabara de filmar o documentário The Rolling Stones Rock’N’Roll Circus, do qual John Lennon participara.


Logo desgostaram do ambiente frio do estúdio, das sessões começarem às oito da manhã e rolaram muitas brigas.

No dia 10, George se irritou e foi embora, saindo do grupo. Voltou depois de alguns dias com a condição de não se fazer nenhum show ao vivo, como Paul insistia.


Logo desistiram de filmar em Twickenham e decidiram gravar nos estúdios da Apple em Saville Row, onde um picareta chamado Magic Alex prometera um estúdio de 72 canais que não se concretizou. Com equipamento emprestado da EMI trabalharam até 31 de janeiro, incluindo o concerto no telhado.


As gravações tiveram a presença ao piano e órgão de Billy Preston, velho conhecido de George, que o recrutou pra ver se o clima melhorava no estúdio com alguém de fora presente. Funcionou.
Houve mixagens até abril, algumas versões do álbum pelo produtor Glyn Johns recusadas e o projeto foi deixado de lado. Eles acharam que o material estava fraco para seus padrões, engavetaram e foram gravar um último álbum, que viria a ser Abbey Road.


Em março de 1970, depois de Abbey Road ter sido lançado e feito grande sucesso, o projeto Get Back foi retomado, já com Paul e John rompidos por discordâncias quanto à administração da Apple. Com o apoio de George e Ringo, John contratou o lendário produtor Phil Spector, criador da wall of sound, para salvar o que chamou de “um monte de bosta com uma gravação de merda e de pouco valor.” Phil colocou orquestra, corais, juntou falas do terraço e do estúdio com gravações feitas em estúdio para dar aparência de espontaneidade, usou algumas ao vivo do concerto no terraço e Let It Be foi lançado em 8 de maio de 1970, pouco menos de um mês depois de Paul ter anunciado o fim dos Beatles à revelia dos demais. John, que desejava sair desde o ano anterior, ficou putérrimo e virou inimigo de Paul por alguns anos.


Em 2003, foi lançado Let It Be...Naked, com as canções como se pretendia na época, mas faltam os diálogos que davam um molho a Let It Be. Também foi incluída Don't Let Me Down, que saíra apenas em single. E foram limadas Dig IT e Maggie Mae, ou seja, as que Lennon teria usado para sacanear Let It Be, a canção.

Saiba dos bastidores e veja o clipe de cada uma das músicas do disco.
Clique na figura abaixo.


Um comentário:

Anônimo disse...

como conseguirão tirar aquela foto do george sem camisa