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quinta-feira, 1 de novembro de 2007

A culpa é do consumidor


A Petrobras achou os culpados pela falta de gás. Os consumidores. Ontem, a estatal interrompeu o fornecimento de gás às indústrias paulistas e só não repetiu o corte no Rio porque a Justiça impediu.
"A indústria de gás não é como um supermercado em que você vai lá e compra", disse a O Estado o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, em Londres, longe da confusão. A comparação é tão maluca como imaginar que a Petrobras opera como o dono de um boteco que à meia-noite avisa que a cerveja acabou.



Qual a alternativa apresentada ontem pela empresa? Aumentar os preços tanto do combustível fornecido às indústrias, como para os carros movidos a gás. "Para mim é absolutamente claro que o preço do gás nas bombas não corresponde à realidade", disse a diretora de gás da Petrobras, Maria das Graças Foster.



Recapitulando: Em maio desse ano, a Petrobras assinou um acordo prometendo fornecer gás para as termoelétricas. Aparentemente, ninguém colocou um revólver na cabeça dos diretores da Petrobras e já se sabia que a Bolívia não era o fornecedor mais confiável do mundo. Pois bem, não choveu, os reservatórios das hidrelétricas baixaram e, agora, será preciso operar essas termoelétricas a gás, informa o Valor .


O que faz a Petrobras? Diz que ou dá gás para as usinas ou para as indústrias. Lógico que a Petrobras não está sozinha nessa confusão. Como bem cutuca o editorial da Folha, o Ministério das Minas e Energia deveria coordenar um plano para "acelerar a diminuição da dependência do gás natural, já iniciada de forma desorganizada, identificando as oportunidades menos custosas para sua substituição. Parece inescapável, no entanto, compensar aquelas empresas obrigadas a retomar o uso de óleo combustível, em especial numa conjuntura de alta do petróleo".

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