Que censura que nada, o discurso indignado do senador José Sarney (PMDB AP) foi pela não renovação da concessão do canal de TV Venezuelano.
Sarney foi o presidente campeão em concessões de emissoras de radiodifusão. Em muitos casos foram usadas como forma de barganha com os parlamentares que compunham a Assembléia Constituinte, de 1985 a 1988. Nada mais natural que ele ficasse irritado com o cancelamento de uma concessão.
Sarney fez 1.028 concessões - 30,9% de todas as 3.330 concessões outorgadas no Brasil até o governo Collor. Desde 1988, logo depois da promulgação da Constituição Federal, o Congresso Nacional passou a ser responsável pela aprovação ou veto das concessões feitas pelo governo federal. Antes disso, em apenas dois anos, 1987 e 1988, foram distribuídas 747 emissoras de rádio e TV. Em 1988, ano decisivo para a votação da nova Constituição, foram 539 (52% do total do governo Sarney). Em três anos, 168 concessões foram outorgadas apenas para empresas ligadas a 91 deputados federais e senadores. Desses, 82 (90,1%) votaram a favor da emenda que aumentou para cinco anos o mandato de Sarney.
No Amapá 90 por cento das concessões de rádio e TV estão nas mão de amigos ou políticos ligados ao indignado ex-presidente.
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