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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Diário de Cuba 2



DIA 25 de dezembro de 2009 – Sexta feira

Depois de um generoso (porém não tão saboroso) café da manhã no restaurante do hotel, saímos para fazer o city-tour por Havana. Simpática, a guia falava um português de Portugal e se esforçava para responder com sinceridade a todos os questionamentos, inclusive os mais embaraçosos.

Começamos o passeio visitando a Praça da Revolução, que abriga o memorial a José Martí (foto) (uma torre de 109 metros em homenagem ao criador do Partido Revolucionário Cubano) e os ministérios do Interior e das Forças Armadas da Revolução. Por sinal, uma informação curiosa: o imponente prédio do Ministério das Forças Armadas foi originalmente construído pelos americanos para ser a sede do Citybank em Havana. Porém, a inauguração da obra estava prevista para janeiro de 1959. Eles só não contavam com tomada do país pelas tropas de Fidel Castro...


Para evitar a superlotação em Havana (a capital tem 2,4 milhóes de habitantes), o governo proibiu a venda e o aluguel de casas. Só podem vir do interior para a capital quem, de fato, tem onde morar. O resultado da política de combate ao fluxo migratório é que existem milhares de casais vivendo com suas respectivas sogras ou, até mesmo, várias famílias morando em uma mesma casa ou apartamento. Talvez isso explique o altíssimo índice de divórcio em Cuba, atualmente na ordem de 70%, um dos mais altos do mundo.




Outro dado curioso: o salário médio em Cuba é baixíssimo. Um médico de alto nível, por exemplo, recebe mensalmente cerca de 60 CUC's (como são chamados os pesos cubanos convertíveis, moeda criada exclusivamente para o turismo e que vale 25 vezes mais do que o peso cubano oficial), o que representa cerca de R$ 140,00. Como os salários de quem trabalha para o governo são praticamente iguais, independente do ofício e da especialização, a nova geração de cubanos não tem mostrado muito interesse em ingressar na Universidade. E olha que elas são de alto nível e gratuitas.




Por conta da forte presença dos Estados Unidos antes da revolução (a ilha era praticamente uma extensão do território estadounidense até então), muitas construções de Havana são réplicas de prédios norte-americanos. Um exemplo é o lindíssimo Captólio, sede do Ministério de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Cuba (foto). A obra consumiu mais de 50 tipos diferentes de mármore cubano e está impecavelmente conservada, algo raro por aqui.


Em seguida, uma pausa no city-tour para provarmos o geladíssimo daiquiri no tradicional bar "La Floridita''. Para encerrar o passeio, uma caminhada a pé por Habana Vieja (foto) - catedral, praças e ruas com construções históricas e o famoso bar "La Bodeguita del Medio" (muitos dizem que o mojito foi inventado lá), bar de 1942 é frequentado por políticos, artistas e intelectuais.


Depois de almoçar e descansar no hotel, saímos para conhecer a fortaleza de San Carlos de La Cabaña (foto). Lá, todas as noites, pontualmente às 21h, é realizado um espetáculo teatral chamado Canhonaço. A história remonta ao século XVII quando, ainda sob dominação espanhola, Havana era toda circundada por muralhas e, à noite, tiros de canhões avisavam que as portas seriam fechadas.



Depois da encenação, caminhamos pela fortaleza, conferimos um pouco do artesanato cubano e visitamos um pequeno museu em homenagem a Che Guevara, que despachava de lá após 1960. Tudo isso dentro da tal fortaleza.

No retorno, pausa estratégica para um lanche do chique-meio-decadente hotel Nacional (foto) para tomar uma coca-cola (sim, encontramos coca-cola!) e apreciar mais um charuto cubano. Se continuar desse jeito vou me tornar um fumante ativo, Deus me livre!!!

Próximos destinos:

Cayo Largo (considerada uma das mais belas praias de Cuba. Como fica ao sul da ilha, é realmente banhada pelo mar do Caribe).

Varadero (região com 22 Km de praias de águas cristalinas e que reúne mais de 60 resorts. Vamos querer literalmente apenas sombra e água fresca)..

*O jornalista Rodrigo Vieira do Carmo é gestor em Comunicação Corporativa da D&A Assessoria de Imprensa.

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