Três linhas transmissoras de energia elétrica se desligam na região da divisa entre Paraná e São Paulo e eis que temos um apagão.
Como em qualquer blecaute, os prejuízos surgiram. Os menores foram perdas de alimentos que necessitavam de resfriamento e diminuição das vendas de estabelecimentos comerciais. Os maiores, e piores, foram problemas no abastecimento de água, paralisação de transportes públicos como trens e metrôs e até assaltos e mortes.
O governo, obviamente, se prejudica, afinal, esse tipo de problema sempre remete a falhas de gestão.
Para completar o prejuízo de Dilma, a má sorte surge. Há apenas duas semanas - vejam só - a Ministra afirmou: “Nós também temos uma outra certeza, que não vai ter apagão, é que nós hoje voltamos a fazer planejamento”.
Dito isso, chegamos à conclusão de que o governo e a candidatura de Dilma Rousseff sofreram um revés inquestionável no que diz respeito a este apagão.
José Serra, por exemplo, afirmou que o apagão mostra a vulnerabilidade do sistema de distribuição de energia no País. Dilma, ao invés de rebater, calou-se. Talvez seja realmente melhor politicamente para a Ministra não comentar, afinal, isso pode aumentar a identificação dela com a falha.
Acontece que com Fernando Henrique Cardoso o problema era de geração de energia. Faltava água nos reservatórios das hidrelétricas. Em resumo, a natureza tinha grande parcela de culpa. Dessa vez, o erro ocorreu na transmissão, há energia. A falha é técnica e nada mais, apesar dos ditos investimentos maciços governamentais na área. Portanto, o problema de agora é mais pontual e causou menos transtornos, porém, é mais difícil de ser explicado.
A coisa piora para o governo quando o atual Ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, afirma: “Esse é um episódio que, Deus queira, não acontecerá novamente”. Ora, Ministro, Deus tem coisas mais importantes para resolver. É o governo, e especificamente o seu Ministério, que devem tomar as devidas providências. Esperar as intervenções divinas não é aconselhável nem de longe.
Para completar o cenário, surge o estudo da CIA que afirma que apagões anteriores brasileiros podem ter sido obras de hackers que teriam invadido o sistema controlador da distribuição de energia nacional. O governo americano teria usado esse exemplo, inclusive, para provar que é importante que o país se precaveja contra o terrorismo cibernético.
Se essa compreensão se espalhar, o apagão pode ser realmente forte arma da oposição. Porém, creio pouco nesta hipótese, embora algumas frases geniais da oposição que unem o apagão e Dilma já tenham surgido, como a do líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), que disse:
“Dizem que Lula elege até poste. Será que elege poste apagado?”
Você, leitor, pode ter sido, infelizmente, vítima dele. O blecaute afetou 18 estados brasileiros. Pela primeira vez Itaipu apagou totalmente. Até mesmo o Paraguai ficou sem luz.
Como em qualquer blecaute, os prejuízos surgiram. Os menores foram perdas de alimentos que necessitavam de resfriamento e diminuição das vendas de estabelecimentos comerciais. Os maiores, e piores, foram problemas no abastecimento de água, paralisação de transportes públicos como trens e metrôs e até assaltos e mortes.
No Rio de Janeiro, por exemplo, bandidos aproveitaram o apagão para promover arrastões. No mesmo Rio, que vem sangrando dia após dia, há a suspeita de que três pessoas teriam morrido, no Hospital Carlos Chagas, por conta de uma falha no gerador que, não compensando a falta de energia, fez com que os aparelhos do hospital ficassem desligados. Uma barbaridade.
Pois bem. E quais são as consequências políticas deste apagão? É o que se perguntará logo qualquer pessoa mais interessada na política nacional. E assim são os leitores do Perspectiva. Portanto, busquemos respostas.
O governo, obviamente, se prejudica, afinal, esse tipo de problema sempre remete a falhas de gestão.
A Ministra Dilma Rousseff se prejudica duplamente. Ela faz parte do governo e foi, por um bom tempo, Ministra das Minas e Energia, ou seja, a responsável pelo setor que apresentou defeitos graves.
Para completar o prejuízo de Dilma, a má sorte surge. Há apenas duas semanas - vejam só - a Ministra afirmou: “Nós também temos uma outra certeza, que não vai ter apagão, é que nós hoje voltamos a fazer planejamento”.
O que dizer agora?
Dito isso, chegamos à conclusão de que o governo e a candidatura de Dilma Rousseff sofreram um revés inquestionável no que diz respeito a este apagão.
Porém, perdura outra questão: Qual a intensidade deste prejuízo? E mais uma: Até que ponto o apagão influirá em 2010?
Este blogueiro que vos fala, particularmente, não crê em um prejuízo enorme. Pelo menos não se nada parecido com um apagão ocorrer em um futuro próximo. Em suma, haveria prejuízo de imagem, mas contornável e pequeno.
Acontece que outros não pensam assim. Existem aqueles que entendem que o apagão comprova a incompetência da Ministra e que, portanto, poderá ser uma forte arma para a oposição em 2010. Alguns destes são leitores deste blog e deixaram esta opinião expressa nos comentários. Outros destes são parte da própria oposição.
José Serra, por exemplo, afirmou que o apagão mostra a vulnerabilidade do sistema de distribuição de energia no País. Dilma, ao invés de rebater, calou-se. Talvez seja realmente melhor politicamente para a Ministra não comentar, afinal, isso pode aumentar a identificação dela com a falha.
Por outro lado, moralmente, ela nos deve, sim, uma satisfação, afinal, afirmou recentemente que apagões não ocorreriam mais.
Do outro lado do ringue, os governistas dizem que houve apagão, sim, mas que no governo Fernando Henrique foi pior. Recorrendo à batida, mas bem-sucedida, polarização, os governistas fazem questão de lembrar os problemas ocorridos na gestão tucana.
Acontece que com Fernando Henrique Cardoso o problema era de geração de energia. Faltava água nos reservatórios das hidrelétricas. Em resumo, a natureza tinha grande parcela de culpa. Dessa vez, o erro ocorreu na transmissão, há energia. A falha é técnica e nada mais, apesar dos ditos investimentos maciços governamentais na área. Portanto, o problema de agora é mais pontual e causou menos transtornos, porém, é mais difícil de ser explicado.
A coisa piora para o governo quando o atual Ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, afirma: “Esse é um episódio que, Deus queira, não acontecerá novamente”. Ora, Ministro, Deus tem coisas mais importantes para resolver. É o governo, e especificamente o seu Ministério, que devem tomar as devidas providências. Esperar as intervenções divinas não é aconselhável nem de longe.
Para completar o cenário, surge o estudo da CIA que afirma que apagões anteriores brasileiros podem ter sido obras de hackers que teriam invadido o sistema controlador da distribuição de energia nacional. O governo americano teria usado esse exemplo, inclusive, para provar que é importante que o país se precaveja contra o terrorismo cibernético.
No fim das contas, é fato que está mais do que comprovado que o sistema brasileiro é extremamente vulnerável e que o governo, se realmente já fez alguma coisa como diz, precisa fazer muito mais. Muito mais mesmo.
Sobre a integração entre o caso do apagão e as eleições de 2010, o peso do episódio na corrida presidencial vai depender de quanto a população vai compreender que o problema tem relação estreita com uma possível falha da Ministra Dilma Rousseff.
Se essa compreensão se espalhar, o apagão pode ser realmente forte arma da oposição. Porém, creio pouco nesta hipótese, embora algumas frases geniais da oposição que unem o apagão e Dilma já tenham surgido, como a do líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), que disse:
“Dizem que Lula elege até poste. Será que elege poste apagado?”
A ver.
Com Charges de Amarildo, Amorim, Heringer, Sponholz, Clayton, Frank, Humberto JC, Ique e Thiago Rechia
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