Páginas

domingo, 4 de outubro de 2009

“Socialites” quase aos tapas. Na calçada da Braz de Aguiar!

Um almoço para festejar o aniversário de madame das mais estimadas da alta – altíssima – sociedade paraense terminou com duas das socialites convidadas no meio da calçada da avenida Braz de Aguiar, prontas para sentar a pua, para baixar o sarrafo, para meter o cacete - ops! - uma na outra.

As duas, cujas idades, somadas, chegam no mínimo a uns 130 anos – no mínimo –, estavam possuídas de ardores juvenis e só não se estapearam porque a turma do deixa-disso interveio na hora. E as duas deixaram disso.

Ou melhor, deixaram daquilo.

Mas deu trabalho.

E a tensão se espalhou entre todos, inclusive entre os flanelinhas que batem ponto no pedaço.

Foi no Spazzio Verdi.

A briga entre as duas, vejam só, começou por causa de nomes.

Sim, nomes.

Não se trata de nome feio, de palavrão.

Mas de nomes de gente, mesmo. Literalmente.

Uma das convivas socialites, provocadora e indiscreta que só ela, perguntou à outra por que passara a ser mencionada nas colunas sociais com antigo sobrenome, que a dita cuja usou por um tempo, parou depois de se divorciar e agora passou a usar novamente.

A interrogada, a questionada disse que era um direito seu fazer isso, até porque fora casada legítima e legalmente; ao contrário da outra, da interrogadora, que nem casada fora, mas que também usa até hoje sobrenome daquele de quem não foi esposa de papel passado.Toma-te!

Pra quê!

- Eu te quebro a cara. Se não estivéssemos aqui, eu te pegaria. Mas eu te pego lá fora, na saída! – reagiu a interrogadora, aquela primeira, a que provocou, a que puxou o papo indiscreto.

- Na saída?
Eu te quebro a cara é agora – reagiu a interrogada.
E lá se foram as duas para o calçadão em frente ao Spazzio Verdi.
As mangueiras da Braz de Aguiar tremeram nas raízes.

E vocês sabem aquela carcaça de avião que tem numa casa próxima ao Spazzio?

Pois é.

Até a carcaça encheu-se de energia...

Há quem tenha ouvido as hélices do bicho começarem a funcionar.

O certo é que quando as duas, cada uma no seu córner imaginário, já estavam saltitando e batendo os punhos um contra o outro - à maneira dos boxeadores quando entram no ringue -, a turma do deixa-disso entrou na parada e evitou o quebra-pau.

Mas ninguém conseguiu evitar foi que o almoço terminasse antes do tempo.

E terminou mesmo. Precipitadamente.

Ainda bem que já tinham servido a sobremesa.

Do contrário, as madames iriam sair do Spazzio Verdi meio afrontadas, até mesmo sem dar aquele arrotinho básico, sufocado pelo lencinho que educadamente encobre a boca.

A expectativa é pelo novo encontro das duas brigonas.

Porque ainda ecoa, nos ouvidos de cada uma, aquele grito de guerra.

- Eu ainda te pego...!

Pega-te!

2 comentários:

Emiliocarepa disse...

Engraçadíssimo e cheio de um humor inteligente.

Walter Junior do Carmo disse...

Também ri muito, Emilio