
Linomar Bahia *
Na mídia, houve quem perguntasse se para escrever livros haveria necessidade de diploma de escritor. Em uma das jóias poéticas da música popular brasileira, Noel Rosa cantou que “fazer samba não se aprende na escola”. Exemplos históricos justificam que atividades intelectuais, como o jornalismo, também. São faculdades que nascem com as pessoas, apenas aperfeiçoando na vida as aptidões naturais.
Na mídia, houve quem perguntasse se para escrever livros haveria necessidade de diploma de escritor. Em uma das jóias poéticas da música popular brasileira, Noel Rosa cantou que “fazer samba não se aprende na escola”. Exemplos históricos justificam que atividades intelectuais, como o jornalismo, também. São faculdades que nascem com as pessoas, apenas aperfeiçoando na vida as aptidões naturais.

Existem profissões para as quais são indispensáveis o aprendizado correspondente e as técnicas peculiares. Médicos precisam de aulas de anatomia e funcionamento do corpo humano. Engenheiros têm que estudar resistência de materiais. Operadores do direito da justiça, aprendem a lidar com códigos e a interpretar leis. Mas, no jornalismo, chegam, o efetivo exercício profissional apenas aqueles nascidos para isso.

Nessa galeria imortal está Gabriel Garcia Marques que, embora laureado escritor, sempre se disse jornalista e exaltou o jornalismo como a melhor profissão do mundo. O jornalismo brasileiro não teria expoentes do nível de David Nasser, Carlos Castelo Branco, Carlos Lacerda ou Samuel Wainer. No Pará, não teria havido o pioneirismo de Felipe Patroni editando “O Paraense”, nem Santana Marques, De Campos Ribeiro, Edgar Proença, Paulo Maranhão, Ossian Brito, Frederico Barata, Alfredo Sade, Mário Couto, Cláudio Leal, ou, ainda, Hélio Gueiros e Newton Miranda e Rômulo Maiorana.

O fim dessa espécie de “reserva de mercado” abrirá as redações aos que, efetivamente, embora formados em outras áreas, ou em nenhuma, encarnam a essência da profissão – saber escrever, atributo cada vez mais raros, como demonstram no ENEM e vestibulares respostas que seriam cômicas não fossem trágicas. Enquanto isso, há engenheiros, médicos, sindicalistas e, mesmo, gente simples, que escrevem corretos artigos, comentários e cartas cada vez mais atraentes nos jornais.

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