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quinta-feira, 28 de junho de 2007

O boi é Caprichoso e o chifre é Garantido....

Festival de Parintins começa hoje

O festival, com tradicional disputa de bois, é sempre realizado nos dias 28, 29 e 30 de junho, independentemente do dia da semana.
Atrai mais de 50 mil visitantes todos os anos.



Reúne no Bumbódromo - o palco da festa - mais de 3.000 integrantes de cada um dos grupos quase centenários que disputam a preferência de seus conterrâneos desde a década de 60.
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E nesses três dias, os bois do Garantido e do Caprichoso deixam seus "currais" - espécies de quadras de escolas de samba - para viver um enredo simples, inspirado na história da morte do boi mais bonito da fazenda, sacrificado pelo personagem Pai Francisco, que pretende roubar-lhe a língua para satisfazer os desejos de gravidez de sua mulher, Mãe Catirina. Perseguido pelo patrão e dono do animal, Pai Francisco se esconde entre os índios, enquanto o dono da fazenda tenta ressuscitar o boi - o que só acontece com a ajuda do pajé. Com o boi de volta à vida, Pai Francisco está salvo, e a festa continua.
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Na arena folclórica, diante de mais de 30 mil pessoas, desfilam ainda outras figuras saídas do imaginário caboclo, como o Gigante Juma, a Cobra Grande, o Boto, o Curupira. Tudo preparado cuidadosamente durante meses, para ser revelado em três espetáculos completamente diferentes, em dias consecutivos, fazendo a glória dos habilidosos artesãos locais.
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A festa de estrutura rígida, em que as lendas e rituais indígenas e figuras regionais são quesito obrigatório, mostra a riqueza da cultura e do folclore amazônicos, capazes de oferecer assunto para mais de 30 anos de espetáculo.


Durante a festa, alegorias entram no Bumbódromo aos pedaços, para que possam passar pelos portões estreitos, e formam seu quebra-cabeça sob os olhares incrédulos dos visitantes diante da grandiosidade das peças, que chegam a ter 30 metros de altura. Cada uma delas vai ser palco para um novo ato dessa verdadeira ópera da selva, representando as cenas do boi.
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Iluminadas com rigor cênico, com luz que muda de foco, cor e intensidade, as alegorias mecanizadas se desdobram, voam, andam, gritam e abrigam uma multidão de atores locais encenando lendas e pajelanças. Ao redor, centenas de figurantes envolvidos por fumaça colorida desenvolvem suas coreografias em vestes luxuosas, feitas com plumagens, juta, cipó e sementes nativas.

Fotos: Andreas Valentin
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