A mídia da base de apoio do poder amanheceu a sexta-feira se esforçando para fazer crer ter sido o sucesso da audiência pública de ontem, quando a Assembléia Legislativa ficou lotada de gente decidida a discutir o caos da saúde pública no Amapá, resultado de uma ação da própria Assembléia.
Não foi. A Assembléia não é suficientemente democrática para isso.
Ontem, no início da audiência pública poucos deputados governistas estavam lá. Foram chegando rapidamente depois de avisados que as galerias estavam lotadas de povo, de gente.
A organização da audiência foi do gabinete do deputado Camilo Capiberibe, PSB, com apoio do deputado Ruy Smith, do mesmo partido e participação efetiva de movimentos populares como o Luto Pela Vida, por exemplo.
A Assembléia ia fazer o que sempre fez: encher as galerias de assessores e estagiários que vaiariam qualquer pessoa que se dispusesse falar de alguma coisa mais séria. Isso não aconteceu porque perceberam que o momento é sério demais, pessoas estão morrendo por falta de atendimento e de remédios, o mundo todo está recebendo relatórios produzidos pelo Movimento Luto Pela Vida, e não tem como limitar isso à uma simples e medíocre dimensão do interesse partidário e eleitoral.
Essa pressão de parte do povo presente, outra parte representada levou deputados insensíveis à reflexão, e diante disso tudo acabaram adotando posições mais civilizadas.
Pode-se dizer que a Assembléia pegou no tranco, mas pegou, e vai continuar pegando enquanto a insatisfação popular se mostrar presente, e a multiplicação dos protestos se fizer pelas ruas, praças ou vielas das cidades.
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O povo tem o poder e a força, e tem um tipo de político que tem muito medo disso.
Corrêa Neto
Com fotos da Folha do Amapá
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