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terça-feira, 3 de abril de 2007

UMA QUADRILHA NO PODER - Direção

Gilvan Borges (PMDB AP)



Em várias rodas de Macapá o comentário é um só: onde tem uma grande negociata teria certamente a sombra de Gilvan Borges.
Gilvan é senador pela segunda vez. Entrou no lugar de João Capiberibe, graças a uma trama orquestrada pelo senador José Sarney em Brasília contando com o voto de um simpatizante do PMDB no Supremo Tribunal Federal.
Gilvan x Sarney
Em 1985, o presidente da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) indicado por ele foi demitido, acusado de corrupção pelo então governador Jorge Nova da Costa, hoje suplente do senador José Sarney.

O escândalo foi fatal para a candidatura de Geovani Borges, irmão de Gilvan, à Prefeitura de Macapá.
A partir daí a família Borges declarou guerra à Nova da Costa e por várias vezes tentou apea-lo do governo.
As balas perdidas acabaram atingindo Sarney.
Ao desembarcar para “residir” no Amapá, por conta de sua primeira candidatura ao senado, José Sarney foi recebido por um jornalista amigo de Gilvan, que embriagado desacatou o ex-presidente em uma entrevista coletiva no aeroporto de Macapá.

Sarney ainda sentiria na pele o estilo Gilvan de fazer política. Utilizando-se de um partido de aluguel, nos últimos instantes do horário eleitoral, Gilvan mandou forjar uma “reportagem”, onde uma gerente de um hotel de Amapá, no interior do estado, aparecia dizendo que Sarney ao voltar de um evento na pequena cidade, havia exigido vários litros de álcool para desinfetar-se das bactérias que contaminava aquele povo.
Sarney ficou indignando. Pediu direito de resposta. E mostrando todo o seu prestigio com o judiciário conseguiu veicular nos intervalos comerciais de todas as emissoras, um dia antes das eleições, um video, onde aparecia, durante três minutos desmetindo a "reportagem" e renovando a sua disposição de trabalhar pelo desenvolvimento do novo estado.
Ganhou com mais de 82 por cento dos votos.
Mais tarde Sarney e Gilvan fizeram as pazes. Gilvan saiu do PFL e entrou no PMDB, o partido de Sarney.

Marajá das Comunicações
No Senado, Gilvan mergulhou de corpo e alma na missão de levar os meios de comunicação aos quatro cantos do Amapá.
Conseguiu para si dois jornais, duas emissoras de TV, uma de rádio FM em Macapá e pilota várias estações de rádio comunitárias espalhadas pelo estado.
O convivio com Sarney foi inspirador. Tornou-se escritor, poeta e reciclador de mensagens de auto ajuda da internet. Escreveu e colocou no ar “a primeira novela produzida na Amazônia”. Toda bancada com dinheiro público.

Há dois meses foi pilhado fraudando licitações do Ministério das Comunicações. Utilizando nomes de parentes e laranjas pleiteia nada mais, nada menos que 321 emissora de rádio e de televisão em 4 estados da Amazônia.




Tal padrinho, tal afilhado
Gilvan indicou José Gregório Ribeiro de Farias para a chefia de Gabinete da Secretaria de Saúde. O afilhado foi preso pela Operação Antídoto da Policia Federal, acusado de ser o principal articulador da quadrlha dentro da secretaria.
Gregório é homem de estrita confiança do grupo liderado pelo senador Gilvan com quem trabalha há bastante tempo.
Durante a gestão Do irmão e suplente, Giovanni Borges na Funasa do Amapá, Gregório e mais 20 funcionários foram demitidos e respondem a processo por improbidade administrativa.
Na Secretaria de Saúde, nada é decidido sem passar por ele.
Com a saída de Abelardo Vaz, Gregório continuou na chefia de gabinete e conseqüentemente no esquema de corrupção.
O delegado da Polícia Federal Jessé Coelho de Almeida disse que tudo indica que ele tem muito mais poder dentro da Secretaria de Saúde do que a nova titular da pasta.



Outro afilhado na cadeia
É incrivel a vocação que os afilhados de Gilvan têm para arranjarem encrenca com a Justiça.
O ex-diretor do Detran Roberto Rocha, indicado por Gilvan foi preso, acusado de comandar um dos maiores derrames de carteiras de habilitação fraudadas da história do estado.

Por uma módica quantia, as carteiras eram entregues em todo território nacional, principalmente no estado de Goiás, sem que o “motorista” tivesse de colocar os pés no estado. Marrone, que faz a famosa dupla sertaneja com Bruno foi um dos clientes desta quadrilha. O sertanejo dormiu na praça e acordou com uma carteira de habilitação série D novinha.


Estilo Gilvan
Gilvan foi o coordenador da ultima campanha de Waldez Góes ao governo do estado.
É dele a idéia de concentrar patrulhas de asfalto na periferia e cidades do interior durante a campanha eleitoral. Asfaltava um pedaço de rua. Interrompia o serviço, mandava dizer que o candidato adversário João Capiberibe havia entrado na justiça para paralisar as obras e levava as máquina para asfaltar em outro local. Com isto minava a popularidade do adversario e transformava o candidato dele em vítima.
Foi a novela de maior sucesso na última campanha eleitoral.
Varias denuncias foram feitas ao TRE, mas as providências não têm um capítulo definido para irem ao ar.

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