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sábado, 2 de dezembro de 2006

A última do Banana

Hoje é a missa de sétimo dia do Banana, um dos ícones das estórias folclóricas amapaenses.
Morreu em um acidente de moto quando fugia da policia. Chocou-se de frente com um táxi. Estava na contra-mão.
A policia alegou que tentava prendê-lo por estar sem o capacete.




As estripulias do Banana dariam um livro. Aqui vão três:
Em 81, quando dirigia a TV Amapá recebi uma visita do Banana. Queria me vender Whisky, perfumes e uns adereços. Interessei-me pelo Whisky.
- Faço pra ti a 30 reais a garrafa, disse o Banana.
- Ta muito caro, retruquei.
- Mas é escocês legitimo, argumentou ele.
- Faz um desconto aí, Banana.
- Ta bom! Se tu me devolveres a garrafa vazia, te faço a 10.



Banana era uma pessoa folclórica. Um chato amado por todos.
Certa vez nos 15 anos da filha do Jardel Nunes, ex-secretario de Saúde do Amapá. Apesar do forte esquema anti-penetra, Banana conseguiu entrar e para surpresa de todos e desespero dos donos da festa, subiu no palco e fez um longo discurso em homenagem a aniversariante.



A última vez que falei com o Banana foi no inicio de setembro deste ano. Ele me viu. Parou a moto. Tirou o capacete e disparou:
- Gosto muito do Capi (candidato ao governo do Amapá), mas ele vai perder essa.
- Mas a campanha ainda está na metade...
Ele interrompeu e sentenciou:
- Não estou me empolgando com o Capi nesta campanha. E quando eu não me empolgo é fatal, disse ele.
E foi.


2 comentários:

Citadino Kane disse...

Walter,
É lamentável o que aconteceu com o Banana, pelo episódio esquisito... A polícia persegue por conta de um capacete e acaba levando à morte uma pessoa que deveria proteger, é uma tragédia shakespeareana...
Veja que o Banana não era qualquer banana, era pessoa conhecida em Macapá, né?!
Lamentável!

Walter Junior do Carmo disse...

Até o Sarney disse na Folha que QUASE chorou com a morte do Banana. Logo ele que ri da desgraça dos outros. Dito pelo Ribamar Foi um puta elogio ao Banana.