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domingo, 13 de maio de 2007

Sgt. Pepper's: a revolução



Quando o disco foi lançado, foi um assombro geral. Nunca se tinha visto nada como aquilo. Era rock misturado com vaudeville, instrumentos indianos e cravos renascentistas, que por sua vez, faziam a cama para as orquestrações que evocavam um clima circense. Tudo isso embalado por uma promiscuidade de geniais truques de estúdio engendrados por George Martin e Geoff Emerick, que sobrepunham tapes em reverso e interligavam gravadores, tudo para dar conta da criatividade desembestada dos Fab Four, então deslumbrados com as possibilidades do LSD.
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O mais surpreendente é que, no fim, toda essa orgia sonora fez sentido - como nenhum outro disco até então fizera antes.

Na época, as letras foram consideradas pelo jornal The Times como um "barômetro dos nossos tempos". Um exemplo era a comovente She's Leaving Home, onde um casal de meia idade lamentava a fuga de sua única filha de casa: "O pai ronca enquanto a mãe veste o robe / e pega a carta ali jogada / Em pé sozinha, no alto da escada / ela desaba e grita 'papai, nosso bebê foi embora! / Como ela pôde ter agido tão impulsivamente / como ela pôde ter feito isso comigo?'". Era ao mesmo tempo uma crônica do dia-a-dia e uma metáfora para a própria trajetória dos Beatles, que em breve deixariam a EMI para criar sua própria gravadora, a Apple.

Na capa do artista Peter Blake, igualmente genial, os Beatles posam em trajes de bandinha de coreto, em meio à diversas personalidades como Oscar Wilde, Bette Davis, W.C. Fields e Aleister Crowley, entre muitos outros.



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