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quarta-feira, 25 de abril de 2007

Operação Strike

Nos últimos anos as operações da Policia Federal em todo o Brasil têm merecido aplausos da esmagadora maioria da população.

Em recente pesquisa de opinião, a instituição aparece como uma das mais respeitadas e de maior credibilidade entre os brasileiros.




No Pará, um agente desequilibrado e truculento jogou todo este prestígio na sarjeta. A população está indignada e amanhã jornais, Tvs, sites e blogs do mundo inteiro mostrarão uma imagem negativa da Policia Federal.

Se me filmar eu te prendo!

Uma equipe da TV Record estava em uma escola na Barão do Triunfo, no bairro do Marco, fazendo uma reportagem de repercussão sobre um tiroteio que resultou na morte de um bandido que estaria assaltando no local.


O policial federal Alessandro Dantas de Oliveira foi quem matou o suposto assaltante.

Na manhã de hoje, o policial estava deixando seu filho na escola quando a equipe de reportagem da TV Record chegou. Após a abordagem da jornalista Célia Pinho, Alessandro, que estava à paisana, exigiu a fita da câmera da reportagem. Como lhe foi negada, ele teria tentado tirar a fita da câmera à força. Na tentativa de preservação do equipamento, o cinegrafista Edílson Mota foi imobilizado e algemado. O despreparado servidor público não estava em serviço. Mesmo assim ele pediu reforço policial. A equipe recebeu voz de prisão. O policial descontrolado ainda quebrou a fita pisando várias vezes nela e agrediu o operador Marcelo Silva. Toda a cena foi filmada e fotografada com um celular, por uma pedagoga da escola.

Na Polícia Federal a equipe permaneceu cinco horas algemada e foi submetida a constrangimento ilegal.

Os outros jornalistas que cobriam o caso na sede da PF foram ameaçados por outros agentes com a pérola:

- Se me filmar eu te prendo!

A Assessoria de imprensa da Policia Federal reconheceu que houve excessos.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já se manifestou e declarou o acontecimento como lastimável e absurdo que fere o Estado de Direito constituído , a lei de liberdade de expressão e de imprensa.


Nota da Federação Nacional dos Jornalistas e Sindicato dos Jornalistas do Pará.

A Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e o Sinjor-PA (Sindicato dos Jornalistas do Pará) repudiam a atitude do policial federal, identificado pelas iniciais A.D.O., acusado de assassinato, que agiu de forma truculenta contra a equipe da TV Record em Belém, formada pelos jornalistas Edílson Matos,repórter-cinematográfico, e Célia Pinho, repórter, além do motorista Marcelo Silva. Em ato que se configura abuso de poder, o policial, que não estavaem serviço, partiu para cima dos jornalistas, danificando o equipamento de reportagem, dando voz de prisão à equipe quando esta, em frente à escola Grão Pará, no bairro do Marco em Belém (PA), palco do assassinato, repercutia na manhã de hoje (25/04) a matéria sobre o crime, ocorrido ontem (24/04).

As entidades condenam o tratamento extremamente desrespeitoso dado aos profissionais que por várias vezes foram algemados e permaneceram detidos na sede da Polícia Federal, na capital paraense. O caso está sendo acompanhado de perto pela diretoria do Sinjor-PA como um dos graves exemplos de atentado ao livre exercício do jornalismo e, juntamente com a Fenaj, o sindicato está denunciando o caso aos órgãos competentes.

Fenaj e Sinjor-PA se solidarizam com os profissionais agredidos e mais uma vez manifestam sua defesa veemente à liberdade de imprensa.

Brasília e Belém, 25 de abril de 2007

3 comentários:

Anônimo disse...

Walter, não chego a ser do tipo que acha que se é polícia, sou contra. Mas, infelizmente, o policial brasileiro, federal incluído, ainda possui o viés da truculência, fruto do despreparo, da certeza da impunidade, da tradição. É para se lembrar que, por décadas e décadas, o sujeito era escolhido como policial porque tinha conhecimento com um político ou se mostrava mais “forte” do que os demais mortais. Portanto, a despeito das ações da Polícia Federal que têm mostrado ou, pelo menos tentado mostrar, que há novos ares no comando da instituição, não é de se espantar que um ou outro de seus membros veja a Democracia como um de seus desafetos. O caminho para que se possa vislumbrar alguma melhora não é outro senão o do afastamento do transgressor, ainda que seja para um re-treinamento ou reciclagem de idéias e comportamento.

Anônimo disse...

Truculento, sim, foi o sujeito dito "policial", e Federal, ainda. Mas, e a Record, não poderia ter acionado imediatamente um advogado para exigir o fim daquela prisão humilhante e absurda? Desconfio, que a empresa deixou a coisa rolar pra ter uma notícia mais bombástica. Cinco horas de detenção e nenhum advogado aparece??? É mesmo tempo demais, não acham?

Anônimo disse...

...LUTA FENAJ!..

Nota de repúdio à prisão de jornalistas pela Polícia Federal em Belém

Nós, jornalistas do movimento LUTA FENAJ!, manifestamos nosso repúdio à ação da Polícia Federal no Estado do Pará que, nesta quarta-feira (25/4), deteve os jornalistas Célia Pinho e Edilson Matos, além do motorista e auxiliar de cinegrafista Marcelo Costa, da TV Record Belém.

A equipe recebeu voz de prisão quando realizava uma reportagem para repercutir uma tentativa de assalto que ocorreu próxima a uma escola da capital paraense nesta terça (25/4). Durante a tentativa de assalto, conforme noticiado pela imprensa, um dos acusados foi morto pelo policial federal Alessandro Dantas. Foi este policial que, alegando desacato à autoridade, deu voz de prisão ao cinegrafista e ao motorista da TV Record.

Durante a prisão, a fita de vídeo da emissora foi confiscada e o equipamento do cinegrafista danificado. A repórter Célia Pinho foi detida sob a mesma acusação na sede no órgão policial, quando para lá se dirigiu em busca de informações. A equipe ficou detida por mais de cinco horas, sem esclarecimentos por parte da Superintendência Regional da PF além de uma nota com a versão do policial envolvido, divulgada no final da manhã.

O movimento LUTA FENAJ! repudia a ação arbitrária da Polícia Federal, que feriu o livre exercício do jornalismo. Aos colegas da TV Record, toda a nossa solidariedade e apoio.

Belém (PA), 25 de abril de 2007.